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Enfim: bodas de ouro!

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Em 1873, Dom Pedro II deu uma concessão por 100 anos para que a empresa inglesa Western se instalasse no Brasil. Ela pertencia ao grupo Cable and Wireless, com sede em Londres e tinha por missão instalar no nosso País um sistema de cabos submarinos e subterrâneos que permitisse o uso do telégrafo.

No Natal de 1873, chegava ao Rio o cabo de telégrafo submarino. O navio que o trouxe foi recebido pelo Imperador e comitiva.

Naquele mesmo dia se fez a primeira transmissão para a Bahia. Seis meses depois, do Brasil para a Europa (uma mensagem do Imperador para a Rainha Vitória e para o Rei Dom Luís, de Portugal).

Em 1917, foi lançado o cabo que ligava o Rio de Janeiro à Ilha da Ascensão, com 3,4 mil quilômetros de extensão, completando a ligação com a África e cinco anos depois (1922) foi lançado novo cabo internacional, entre São Luís e Ilha de Barbados, nas Antilhas, estabelecendo conexão com a Western norte-americana de Miami.

The Western Telegraph Company tinha sede na Avenida Pedro II, no prédio que fica no canto ao lado do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão e ao lado do Edifício João Goulart. Entre os dois prédios ficava a Rua Cândido Mendes, hoje Rua da Estrela. No sobrado de número 64, apto 9, morava a família de Murilo Paula Barros e Elizabeth e entre eles a filha caçula Níusmar, minha querida mãe.

Em 1965, quando o Brasil ainda se adaptava ao início do regime militar, ela já era servidora pública federal com exercício no antigo IAPFESP (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Ferroviários e Funcionários do Serviço Público), hoje INSS, então com sede no Palácio do Comércio, situado na Praça Benedito Leite.

Naquela época, o Maranhão se apresentava ao Brasil tendo à frente do governo estadual o jovem José Sarney. Era o tempo dos bondes, dos carros rabo de peixe, dos ternos bem cortados e dos chapéus panamá. Eis que em três de agosto de 1965, levado pela leve brisa do fim das chuvas, adentra a sede do IAPFESP um elegante rapaz de olhos verdes vestindo um terno branco de gabardine. Na condição de procurador do senhor Clóvis Ferreira, o jovem Antonio José Muniz buscava receber o auxílio natalidade do filho recém nascido do seu representado. Foi quando se viram pela primeira vez.

Quis o destino que Amelinha, colega de trabalho de minha mãe entrasse de férias. Por essa razão, os processos de auxílio natalidade ficaram sob sua responsabilidade. No segundo retorno em busca do benefício conversaram pela primeira vez. Não tardaram a iniciar o namoro. Casaram-se em 1967 num grande evento em Carema, distrito de Santa Rita (MA) e constituiram uma linda família formada por três filhos, nove netos e três bisnetos.

Passa um filme em minha cabeça ao relembrar tudo isso. Lembro do começo na Rua 18 de novembro; dos nossos vinte e um anos de Ipase morando na Quadra L, Casa 12 e dos vinte e dois anos de Olho D’água. Lembro de alguns momentos tristes e de incontáveis outros de extrema felicidade, muitos dos quais vividos na união que impera em nossa casa. Hoje viveremos mais um.

Neste dia em que completam 50 (cinqüenta) anos de casados, em nome da família Paula Barros Muniz eu gostaria de dar os parabéns pelas bodas e de agradecer a Deus por ter feito nascer o filho de Clóvis Ferreira, o qual outorgou procuração para que nosso pai recebesse o auxílio natalidade junto ao IAPFESP, o que lhe levou a conhecer nossa mãe.

Que Deus lhes abençoe com muitos outros anos de vida juntos. O amor de vocês gerou as pessoas que somos hoje e avaliza o nosso amanhã.

Feliz aniversário.

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