Em Janeiro de 1979 entrava no ar a novela das 8 da Rede Globo Pai Herói, de Janete Clair. Nela, o personagem de Tony Ramos, André Cajarana, buscava comprovar que seu pai não era um criminoso. O tema da novela era a música “Pai”, de Fábio Júnior.
Sempre me emocionei muito com essa música. Era como se ela retratasse toda a história dos jovens da minha geração. O herói da infância se tornava o repressor da adolescência e posteriormente o amigo orientador do futuro, aquele que um dia sentaria no tapete da sala de estar para brincar de vovô com o filho. Chorei muitas vezes escutando “Pai” e no dia de hoje não foi diferente. Acordei com uma infinidade de felicitações pelo transcurso do dia dos pais, e uma das mensagens veio com o vídeo abaixo em que Fiuk homenageia seu Pai, o também cantor Fábio Júnior.
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Por mais que eu me esforçasse para prestar uma homenagem no dia dos pais eu não conseguiria fazer melhor. O pai é o primeiro amigo, é o orientador de uma vida, em que pese em muitos momentos questionemos suas orientações. Ele é o exemplo e ao mesmo tempo o porto seguro. O pai é a esperança de resolução de qualquer problema. É o defensor. O protetor.
Muitos artistas expressaram o sentimento de amor pelos Pais. Dos cabelos brancos, bonitos e o olhar cansado, profundo, que dizia coisas da vida e ensinava tanto do mundo cantado por Roberto ao meu querido velho que caminha lento de Altemar, todos mostram a relação sem igual entre pai e filho. Inevitável e sofrível é constatar que o tempo implacável maltrata até mesmo o herói do menino. O passo já não é tão firme e a voz embarga num respirar cansado, mas a certeza da presença é reconfortante. Feliz de quem seguiu o Conselho de plantar sua árvore para não precisar da sombra de ninguém.
Algum dia, contudo, o filho buscará pelo pai e já não o encontrará a não ser nas recordações. “Naquela mesa está faltando ele e a saudade dele está doendo em mim” é a frase musical que melhor define essa ausência:
“Naquela Mesa Ele Sentava Sempre E Me Dizia Sempre O Que É Viver Melhor Naquela Mesa Ele Contava Histórias Que Hoje Na Memória Eu Guardo E Sei De Cor Naquela Mesa Ele Juntava Gente E Contava Contente O Que Fez De Manhã E Nos Seus Olhos Era Tanto Brilho Que Mais Que Seu Filho Eu Fiquei Seu Fã Eu Não Sabia Que Doía Tanto Uma Mesa Num Canto Uma Casa E Um Jardim Se Eu Soubesse O Quanto Dói A Vida Essa Dor Tão Doída Não Doía Assim Agora Resta Uma Mesa Na Sala E Hoje Ninguém Mais Fala No Seu Bandolim Naquela Mesa Tá Faltando Ele, E A Saudade Dele Tá Doendo Em Mim Naquela Mesa Tá Faltando Ele, E A Saudade Dele Tá Doendo Em Mim”.
Ter seu pai consigo, ao seu lado, é motivo de júbilo. Aproveite cada momento.
“Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir”.
Que a lembrança seja doce pelos pais que partiram.
Agradeço a Deus por ter podido, mais uma vez, abraçar o meu pai. Que todos possam abraçar os seus por muito tempo ainda.