O dia 10 de agosto teve para o titular deste blog um significado especial. Retornei ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão para, na condição de Advogado, acompanhar o encerramento do julgamento de embargos de declaração que estava com pedido de vistas. Vencemos por 4 x 2. Não pude sustentar oralmente a tese defendida nos autos por não ser permitido nesse tipo de recurso, mas pude, ainda, ao final, requerer o cumprimento imediato da decisão, conquanto os vitoriosos estão a 8 (oito) meses impedidos de exercer o mandato a eles outorgado pelo povo. Na platéia, dezenas de estudantes do curso de direito acompanhavam a tarde de sessão do Tribunal em busca de créditos para conclusão do curso, mas principalmente de conhecimento jurídico. Não tive como não recordar do filme “uma mente brilhante”.
A vida do matemático John Forbes Nash (Russel Crowe) é contada com propriedade, destacando-se a resolução do problema da teoria dos jogos que lhe renderia o prêmio em homenagem ao economista Alfred Nobel, o qual recebeu quando já acometido de esquizofrenia. Em relevante passagem do filme ele se reporta aos alunos da faculdade como “mentes ávidas de saber”. Sim, era o que boa parte daqueles jovens que estavam no TRE buscavam para chegarem, no futuro próximo, ao exercício da carreira que escolheram. Lembrei da minha caminhada e de todos aqueles que sonharam ocupar uma das 120 (cento e vinte) vagas anuais do curso de direito da Universidade Federal do Maranhão.
Ser Advogado é um verdadeiro sacerdócio. Ouvimos coisas que o sigilo profissional não nos permite reproduzir, salvo em formato de tese a ser apresentada ao Juízo. Parafraseando Rui Barbosa, usamos da influência da razão e da palavra para defender os nossos semelhantes da injustiça, da violência e da fraude. O Advogado é indispensável à administração da Justiça. Somos pura paixão em defesa do nosso trabalho e quando não mais sentirmos esse sentimento que nos move é sinal de que chegou a hora de parar.
É certo que o advogado desempenha uma das mais antigas profissões do mundo e ela continuará existindo enquanto existirem conflitos de interesse caracterizados por pretensões resistidas ou insatisfeitas no mundo.
Neste ano em que completo 24 (vinte e quatro) anos de formado e neste dia em homenagem aos advogados, sinto-me no dever de deixar aos mais jovens uma mensagem de otimismo e esclarecimento, o que faço revisitando o “águia de Haia”:
Se tudo isso já não fosse o bastante, uma recomendação final se faz necessária, qual seja a de nunca perder a alegria de lutar, nem de bater no peito com um orgulho desmedido e dizer: sim, eu sou advogado.
Fabiano
11 de agosto de 2017 at 19:52
Parabéns , vc é competente e capaz.
Sérgio Muniz
11 de agosto de 2017 at 22:30
Obrigado Fabiano