Justiça

Em defesa do Tenente Coronel

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Toda a mídia maranhense repercute, desde ontem, a prisão do Tenente Coronel da Polícia Militar Ciro Nunes Alves da Silva por suposta agressão física e moral praticada contra o Procurador Rodrigo Maia. Segundo as notícias, após um encontro ocasional em frente ao TJ, o Ten. Cel. Ciro teria agredido com empurrões e xingamentos o Procurador em virtude do Estado estar recorrendo do processo referente à promoção do militar. Estes os fatos divulgados pelo Procurador.

Contudo, através das redes sociais, o Tenente Coronel Ciro deu sua versão dos fatos, esclarecendo que fora provocado por um comentário jocoso do Procurador e que reagiu ante à provocação. In litteris:

“Senhores e Senhoras Oficiais.
Na oportunidade gostaria de me manifestar que os fatos se deram da seguinte forma. Pela manhã fui tratar de assuntos da coordenação com o Excelentíssimo Presidente do TJ. Após tratar do assunto a minha saída do gabinete do mesmo coincidiu a do Dr Sebastião Bonfim que saímos tratando dos assuntos do PPCG e ficamos concluindo na frente do TJ quando chegou o Dr Rodrigo Maia que cumprimentou o Dr Bonfim e ao sair rumo ao TJ e ao passar por mim deu dois ou três tapas em meu ombro e querendo me intimidar disse: “está se divertindo com os processos Coronel?”. Fiquei estarrecido e humilhado com o deboche e intimidação da referida pessoa, momento que em seguida o Dr Bonfim se retirou. Resolvi falar com o dito Procurador e quando o mesmo saiu eu pedi para falar com ele em particular e este se recusou. Daí eu me referi ao mesmo que me respeitasse, que não tocasse mais a mão em mim, que se eu abracei uma profissão que não por não temer a bandido não iria temer a ele e o que ele fez comigo na entrada foi coisa de moleque e o chamei de moleque. Bem senhores e senhoras, me foi imputado ardilosamente o Art. 344 c/c 140 parágrafo segundo do CPB quando na verdade quem cometeu foi o Procurador, ou seja, a situação verdadeira é o espelho do que estão me imputando. Pois em nenhum momento eu me citei ou fiz referência a processo, mas quem o fez foi o tal Procurador. Os fatos foram estes. Conforme constam no autos APF. Quanto as demais questões, adianto-vos que nos autos irei provar e tomar todas as providencias necessárias e cabíveis. Ressalto o comportamento probo, moral e ético do Sr Cel Sá e Sr Cel Simplício que em nenhum momento faltaram com a verdade e/ou desrespeito a direito. Fiquem tranquilos que agirei como terei que agir dentro da lei. Tenham a certeza que jamais permitirei humilharem o nosso sagrado uniforme.
Doravante desligarei meu aparelho celular em virtude de meu recolhimento em respeito às nossas regras.
A justiça será feita!!!
Com honra e humildade!!!
Ten Cel Ciro.”

Este blog bem conhece a forma como costumam agir os integrantes do atual Governo. A praxe é inverter os fatos para se fazer de vítima. Ligam logo para seus aliados da imprensa para que publiquem sua versão. Não estou afirmando que o Procurador esteja faltando com a verdade, haja vista que a instrução do processo irá demonstrar mediante as imagens das câmeras de segurança e testemunhas o que realmente ocorreu, contudo é bem crível a narrativa do Policial e será ainda mais se nas câmeras de segurança aparecerem os mencionados três tapinhas em ato contínuo à chegada do Procurador. 

Quem conhece o Dr. Rodrigo sabe que ele possui um humor fino, as vezes cirúrgico. Se o que foi narrado pelo Policial for a verdade não seria impossível admitir que ele, o Procurador, tivesse feito o comentário sem mesmo ter a intensão de humilhar, mas para quem faz carreira e aguarda uma promoção como essa para dar dias melhores para sua família, qualquer gracejo ganha proporções cataclismicas.

Um procurador ganha quase três vezes mais que um Tenente Coronel e isto já seria, por si só, suficiente para respeitar a luta pela promoção. Se houve o recurso certamente foi porque a Procuradoria entendeu que nela haveriam falhas, mas o que chama a atenção e faz dar veracidade às afirmações do policial é o fato de, dentre tantos processos patrocinados pela PGE, o Procurador conhecer o processo e o recorrido ao ponto de lhe dirigir o gracejo. Certamente não foi a primeira vez que seus destinos se cruzaram.

De uma forma ou de outra, se a tese do Policial estiver correta, a brincadeira do Procurador é um desdém contra toda a Corporação, conquanto a luta pela promoção do Tenente  Coronel e sua defesa contra aquilo que lhe teria ofendido seria uma luta em defesa do direito de qualquer militar. Se ficar provado o contrário, todos devem desculpas ao Procurador e à PGE.

Por enquanto, saio em defesa do Tenente Coronel Ciro.

2 Comments

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