Homenagem

Eu só posso imaginar

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Hoje, 12 de agosto de 2024, tive meu primeiro contato com o filme I Can Only Imagine ou “Eu Só Posso Imaginar, o qual conta a história da relação conflituosa entre pai e filho, Arthur e Bart, vividos, respectivamente, por Dannis Quaid e J. Michael Finley. Resumidamente, Arthur é um pai opressor e agressivo que bate no filho e o desestimula a lutar pelos seus sonhos. O filho encontra na música a paz para os momentos de tristeza ou para abafar as discussões constantes entre seu pai e sua mãe. Mesmo sendo um promissor vocalista, Bart não consegue emplacar sua banda e decide, seguindo sugestão do seu agente, retornar para casa para resolver seus problemas e transformar sua mágoa em música. Mesmo descobrindo que seu pai agora se converteu após encontrar Jesus, Bart não consegue perdoá-lo e não se permite lhe dar uma segunda chance, somente vindo a fazê-lo depois de descobrir que seu pai era portador de câncer terminal, o que viria a lhe ceifar a vida pouco tempo depois de se reencontrarem como pai e filho no amor de Cristo. A música que dá nome ao filme, em que pese composta em homenagem ao seu pai Arthur, reflete o pensar do autor sobre como seria se relacionar pessoalmente com Jesus (ele ou seu pai), o que se constata pela tradução abaixo. Nela o autor afirma que

“Eu só posso imaginar como será Quando eu caminhar ao Teu lado

Eu só posso imaginar o que meus olhos verão Quando Teu rosto estiver diante de mim

Eu só posso imaginar, eu só posso imaginar

Cercado pela Tua glória, o que meu coração sentirá?

Eu dançarei para Ti, Jesus, ou, maravilhado, ficarei imóvel?

Eu ficarei de pé na Tua presença ou cairei de joelhos?”

Quisesse o autor de I can Only Imagine se dirigir ao seu pai carnal, melhor teria sido se o fizesse nas palavras de Fábio Júnior na inigualável música “Pai”.

Ouvir o louvor contido na lucubração “Eu só posso imaginar” (o autor imaginando como seria o encontro com Jesus), me reportou a uma lembrança que guardo com carinho e que envolve o cantor e compositor maranhense Helson Rodrigues. Sambista Boêmio em sua juventude, retornava ele de ônibus de uma roda de samba na praia quando ao passar em frente à Igreja de São Francisco de Assis no Bairro do São Francisco em São Luís do Maranhão, ouviu uma voz chamando-o para adentrar na igreja e conhecê-lo. Nunca mais saiu. Dentre tantas músicas que escreveu, “A Razão de Viver ” conta Jesus Cristo alcançando quem não queria ouví-lo. Está, portanto, em posição diametralmente oposta a I Can Only Imagine.

Dentre tantas relações conflituosas entre pais e filhos, chama atenção o fato de que, algumas vezes, se trata de um instrumento de elevação espiritual. Não há o desencarne enquanto não cumprir a missão do entendimento. Um alcançar da obra de Deus, tão bem descrito por Helson em sua obra. Fico imaginando o que se passa pela cabeça de uma mãe que acusa seu próprio fruto de práticas desonestas ou criminosas sabendo ser ele inocente, ou ainda de uma pessoa que vem a afirmar que seu ente próximo vive na lama e no lixo, para lhe diminuir, ou lhe atingir dizendo que o filho ouve música pelo mesmo motivo do personagem do filme. Ou ainda qualquer outra forma de atingir a sua psique atribuindo conduta dissociada da realidade.

Calúnias, difamações ou injúrias não poderiam jamais integrar uma relação familiar. Muito menos agressões físicas ou psicológica. É uma insanidade ou uma insensatez. Afinal, quem quer que alguém se destaque ou vença não lhe reduz a competitividade nem lhe deprime a alma. O dia desafiou reflexão sobre o tema. Concluí em Anderson Freire que, ao fim e ao cabo,  valorosa é a prece acalma o meu coração para os ofendidos .

A relação familiar precisa repousar na paz e nos ensinamentos de Cristo. Afinal, como disse o poeta: não adianta ir para a igreja rezar e fazer tudo errado. Entre o sonho de encontrar Jesus e a busca dele pelo resgate da sua ovelha, tem que existir o querer. Por ora, eu só posso imaginar…

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