Eu sempre afirmei que Boa parte das pessoas que eu quero bem e admiro, no Poder Judiciário, me foram apresentadas pelo meu pai. Com os Guerreiros, contudo, foi um pouco diferente.
Ainda na faculdade tive oportunidade de conhecer Marco Antonio, valoroso integrante do Ministério Público Estadual e membro atuante da renovação carismática católica. Um homem de Deus. Tínhamos e temos amigos em comum e foi através dele que conheci um pouco da história de vida dessa família que tanto já fez pela Justiça do nosso Estado. Marco Antonio recebera um pedido do pai para que prestasse concurso para Juiz de Direito. Atendeu e foi aprovado, contudo optou por fazer novo concurso e exercer a vocação de ser integrante do Ministério Público. Seguiu a carreira jurídica do pai que foi Promotor Público entre 1951 e 1952.
O Desembargador Guerreirão como o chamávamos, em que pese sua baixa estatura, este sim me foi apresentado pelo meu pai, em 1998. Lembro como se fosse hoje. Nos dirigimos ao Tribunal de Justiça para fala com o Desembargador Guerreiro Junior e, na sala de espera, encontramos com aquela figura simpática. Meu pai o abraçou e em seguida me apresentou dizendo: este é o Des. Antonio Pacheco Guerreiro, o Guerreirão, pai do Des. Guerreiro Junior – Ele já se encontrava aposentado desde o ano da minha formatura, 1993 -. Sempre que o encontrava eu o cumprimentava como se fosse a primeira vez.
Foi também nesse dia que conheci o Desembargador Guerreiro Junior. O relacionamento respeitoso que meu pai tinha com o pai dele passou para o próprio e deles para mim. Como eu o admiro enquanto jurista. É uma verdadeira enciclopédia. Transita com desenvoltura pelos vários seguimentos do direito e tem a humildade característica dos grandes estudiosos.
Lembro que de certa feita, após uma sustentação oral que fiz já no Plenário novo do Tribunal eu lhe pedi um aparte para esclarecer uma assunto referente às condições da ação e o Código Buzaid de 1973. Ele pegou o microfone e afirmou que era a primeira vez que ele era corrigido da tribuna em matéria relacionada ao Processo Civil, mas que eu estava certo. Meu respeito por ele só aumentou e sua postura naquele dia me ensinou muito e para toda uma vida.
Tenho muito carinho pelo meu amigo Guerreirinho, advogado competente e combativo, além de Katynha Guerreiro Melo, também advogada, a quem conheci no Uniceuma. Todos eles valorosos Guerreiros da aplicação justa do direito, fruto de uma especial descendência. Dizem que se sabe quando o fruto é bom quando se conhece a árvore de onde ele provém. Essa árvore foi o Desembargador Antonio Pacheco Guerreiro.
Depois de uma luta de meses a fio pela vida, na data de hoje ele fechou os olhos e descansou. Foi convencido por Deus de que precisava deixar este plano. Existem grandes demandas no céu a exigir que seu elevado senso de justiça seja posto em prática. O Desembargador Guerreirão descansa hoje para a nova jornada que o aguarda. O grande guerreiro segue hoje para auxiliar o Senhor a distribuir mais igualitariamente a Justiça.
Descance em paz meu amigo. Que Deus conforte sua linda família.