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Homenagem

UM SILENCIOSO “EU TE AMO”

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O livro sagrado registra as sete alianças de Deus com a humanidade. Foram elas a Aliança com Adão, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Davi, com o povo de Israel e a aliança através de seu filho Jesus. Para Adão e Eva Deus deu o paraíso e tudo o que nele se encontrava, só não poderiam comer da árvore do bem e do mal. Após ver em que os homens haviam se transformado e o pecado em suas ações, Deus mandou o dilúvio para por fim a tudo de ruim que havia na terra, salvando, contudo, Noé, seus familiares e um casal de cada animal existente. Deu-lhe uma segunda chance e determinou que Noé e sua família voltassem a povoar a terra, firmando com ele a aliança de que nunca mais um dilúvio ceifaria todas as vidas da terra e deu aos homens o arco-íris para lembrar a todos do afirmado. Com Abraão firmou o pacto de que lhe daria um filho, Isaac, de quem descenderia Jacó e de seus filhos Israel. Abençoou o outro filho que tivera com Agar, a serva de Sarah, Ismael, dele descendendo os demais Árabes, contudo a aliança foi firmada em torno de Isaac, que seria o pai do povo escolhido por Deus. Para tanto toda criança do sexo masculino deveria ser circuncidado até completar oito anos de idade. Com Moisés e o Povo de Israel firmou a aliança de dar-lhes as duas tábuas com os dez mandamentos e que o conhecimento sobre Deus deveria ser mantido até que se concretizasse a aliança de Deus com Abraão de que de sua descendência em Isaac sairia o povo de Deus, Israel, e o Messias. Esta é conhecida como A ANTIGA ALIANÇA.Com Davi pactuou que o seu trono seria para sempre e que de sua linhagem (era da mesma descendência de Abraão, de Isaac e de Jacó) viria o Messias (reafirmação da de Abraão). A sétima foi a aliança através de seu filho Jesus.
Está escrito que desde Abraão Deus enviaria um Messias, a quem caberia a salvação do mundo. Jesus nasceu para que fosse cumprida a promessa de Deus. Ao longo dos anos e com o julgo Romano, o povo clamava pela vinda do Messias, haja vista que o sofrimento era grande. Moisés havia retirado o povo Hebreu da escravidão no Egito, mas nunca chegou à terra prometida porque havia desagradado ao Senhor. Coube a Josué, seu sucessor, conduzir o povo à terra de onde emanava leite e mel. Anos se passaram até que se chegasse ao tempo de um certo Galileu.

Nada foi por acaso. Jesus nasceu de uma virgem concebida sem pecado e desde jovem mostrou-se um prodígio a atrair a atenção de todos. Seu ministério, contudo, foi iniciado após sua passagem pelo deserto. Somente então, após ser batizado por João Batista, começou sua caminhada de pregação e milagres. Chegou a Jerusalém na Páscoa cristã, quando se comemorava o fim do cativeiro do Egito e adentrou a cidade, consoante estava escrito, montado em um jumento, para demonstrar humildade. Despertou ciúmes e temor nos religiosos da época, notadamente após ressuscitar seu amigo Lázaro. Até o momento de sua entrada triunfal na cidade sagrada, restringiu-se a divulgar a palavra de Deus e semear o amor.

Os desígnios de Deus foram cumpridos à risca. Da traição por Judas (ou seria um ato instrumental?) à negação por Pedro, tudo se cumpriu como havia sido dito. Contudo, o que mais chama a atenção na Paixão de Cristo, antes da crucificação e ressurreição, é a sétima aliança proclamada na quinta-feira da paixão durante a Santa Ceia quando, modificando o simbologismo do pão e do vinho, Jesus os toma em suas mãos e os dá a seus discípulos dizendo: Tomai e comei. Este é o meu corpo que é entregue por vós. Tomai e bebei. Este é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que é dado por vós pela remissão dos pecados. Fazei isso em memória de mim.

Preso e torturado para que de sua dor e sangue se cumprisse a libertação, foi crucificado entre ladrões para dar mostras de que o puro não se mistura mesmo estando no meio do mau e que se tiver fé e crer, ainda que na morte, é possível encontrar a salvação. Ele ressuscitou ao terceiro dia consoante estava previsto nas escrituras, deixando no mundo o histórico de amor ao próximo e que se você acreditar em Deus e que arrependido o procure, suas preces serão atendidas.

Na sexta-feira da paixão, muitas famílias se reúnem para agradecer ao sacrifício do Cordeiro de Deus e para reafirmar obediência as suas leis. Quanto aos ovos de chocolate, são distribuídos na sexta-feira para serem consumidos no domingo, quando o cálice amargo da dor é substituído pela alegria, doçura e comemoração da ressurreição.

Jesus Cristo vive entre nós. No silêncio dos pensamentos, na alegria dos momentos felizes de reunião com amigos, familiares e até mesmo na dor da solidão. Quando estiver precisando de força para continuar lutando, volta os olhos para o passado e enxerga na paixão a solução dos teus problemas. Ele morreu pela remissão dos pecados e sem dizer uma única palavra, disse o maior e mais eloquente “Eu Te Amo” da história. Lembra-te de que, se tiverdes fé, ainda que embaixo de uma pedra, lá ele estará para te levantar, ainda que o mundo te fizer cair.

FELIZ PÁSCOA.

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Homenagem

Maranhão Alfabetizado com Brandão e Camarão

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Por catorze longos anos eu me desloquei do Conjunto Ipase, na Avenida Daniel de La Touche até o Colégio Dom Bosco do Maranhão situado na Rua do Passeio, no Centro de São Luís, capital do estado do Maranhão. Me considero um privilegiado por ter podido estudar nessa conceituada instituição de ensino, fruto do incomensurável esforço dos meus pais em proporcionar a mim e a meus irmãos um ensino de qualidade. Lá fui alfabetizado (no Jardim de Infância Pequeno Polegar), cresci, me tornei atleta, fui referência para os mais novos, fiz amigos para uma vida e que me acompanham até hoje. Me preparei para o vestibular e graças a tudo isso me tornei a pessoa e o profissional que sou hoje.

Toda a oportunidade que tive de estudar, contudo, não me afastou das minhas origens. Filho de um homem do interior do Estado que venceu em decorrência de sua dedicação aos estudos, cresci viajando para nossa querida Carema em Santa Rita (MA) e depois para mais de cinquenta municípios do nosso Estado em decorrência da minha profissão: sou Advogado.

Perdi a conta de quantas vezes me perguntei a razão de tanta miséria em um Estado tão rico e abençoado por Deus.

Nunca consegui me conformar com as incontáveis casas de taipa cobertas de palha e com a desigualdade social que assolava o Maranhão. Me via tendo a oportunidade de estudar num bom colégio da capital enquanto meus primos, na sua grande maioria, só vinham estudar na cidade no segundo grau. Sonhava algum dia poder ajudar a mudar essa realidade e cheguei a tentar em 2013 quando me lancei candidato a Deputado Federal. Por uma conjuntura política que se mostrou desfavorável acabei por não me eleger. Entretanto, me mantive firme no propósito de reverter aquela situação e ajudei a fazê-lo conversando com meus clientes políticos, apontando-lhes a importância do povo morar bem, comer bem e estudar bem. Acredito ter obtido êxito, mesmo que toda a limitação das minhas possibilidades.

Nos últimos tempos, tenho acompanhado com muita atenção o surgimento de programas habitacionais e a instituição de políticas voltadas para a alimentação e educação. Se o minha casa/minha vida e o habitar Brasil já melhoraram a habitação de tantos, o PRONAF a produção de alimentos e consequentemente a alimentação de muitos, o Fundef, hoje FUNDEB, EJA (Educação de Jovens e Adultos), PNAE (Programa Nacional de Alimentação do Escolar, PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), Programa de Creches e tantos outros têm mudado a realidade da educação no Brasil. Eles permitem a chegada dos menos favorecidos à Universidade onde o Ensino Superior ocorre nas universidades públicas, IFMAs e ainda nas universidades particulares mediante custeio através do Fies e Prouni. Em muitos lugares, nada ou quase nada disso funciona, mas no Maranhão tem sido diferente. Já tem algum tempo que a política educacional do Estado foi confiada a um jovem e técnico educador, o hoje Vice-Governador do Estado, Felipe Camarão.

Desde 1965, quando o então Governador José Sarney lançou o Programa Educacional João de Barro que prometia uma Sala por dia, um Ginásio por mês e uma Faculdade por ano não se tinha um programa educacional tão exitoso quanto o escola digna e as escolas em tempo integral que se pretende fazer chegar já a 108 municípios. De parabéns o Governador Carlos Brandão pela determinação em educar cada vez mais.

Hoje tomei conhecimento, através de uma entrevista do Vice-Governador e Secretário de Estado da Educação Felipe Camarão à TV Mirante que o Maranhão foi o Estado brasileiro que mais evoluiu na alfabetização de crianças saltando da 24 para a 10 posição no ranking nacional e que é objetivo do Governador erradicar o analfabetismo do nosso Estado. Considerando que o Vice-Governador deverá assumir o comando do Estado por nove meses e depois ser eleito Governador (esta seria a sequência natural dos fatos na hipótese do Governador Carlos Brandão pretender se candidatar à Senador da República em 2026), a perspectiva em atingir a meta é extremamente factível.

Depois de dois meses da minha cirurgia de urgência, me permiti acompanhar meus dois filhos menores a uma lanchonete que a mais de vinte anos faz parte da minha vida. Reis lanches no Olho d’água e Mister Burguer no Barramar fazem os melhores sanduíches da cidade. Não bastasse a qualidade do preparo ainda contam com o melhor pão de sanduíche do Estado, o qual é produzido pela Panificadora Gabi. Hoje fomos ao Reis Lanches. Enquanto aguardávamos a chegada do nosso pedido adentrou o estabelecimento o nosso Vice-Governador Felipe Camarão. Nunca tive proximidade com ele, até mesmo por nunca ter tido a oportunidade de ser apresentado a ele e de conversarmos alguns minutos que fossem sobre o Maranhão. Em dado momento, lhe pedi para bater uma foto com meus filhos e com a equipe do Reis lanches, no que ele prontamente atendeu.

 

Vice-Governador Felipe Camarão ladeado por Sérgio Filho, Sérgio Henrique, Sérgio Muniz e equipe da Reis Lanches

Na foto que ilustra esta singela homenagem se vêm duas crianças que representam os estudantes maranhenses, beneficiários diretos do trabalho dele e do Governador Carlos Brandão – meus filhos Sérgio Henrique e Sérgio Filho -, o Vice-Governador Felipe Camarão, dois membros da equipe da Lanchonete Reis Lanches e eu, de chapéu, um agradecido maranhense que tem visto seu sonho se tornar realidade.

Muitíssimo obrigado pelo relevante trabalho em favor da educação do Maranhão. Desejo sinceramente que a evolução ocorra cada vez mais até alcançar cem por cento do objetivo traçado: um Maranhão alfabetizado, com Brandão e Camarão.

Sou Sérgio Murilo de Paula Barros Muniz, professor especialista livre docente em Direito Processual Civil pela AEUDF de Brasília-DF, hoje Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Direito e Afirmação de Vulneráveis pela Universidade CEUMA, advogado, Membro Titular do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão de 2009 a 2013, Classe dos Juristas. Membro do Colégio Permanente de Juristas Eleitoralistas do Brasil-COPEJE, Membro Consultor da Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Membro da Comissão de Advocacia Eleitoral da OAB-MA, Vice-Presidente do Observatório do Poder Judiciário da OAB-MA e Presidente da Comissão de Transparência e Combate à Corrupção da OAB/MA.

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Roberto Carlos e eu

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Tem certas coisas que costumo atribuir ao destino ou à obra de Deus. Normalmente acontece quando não consigo encontrar uma explicação lógica para o que vejo ou vivo. Hoje aconteceu uma delas.

Não é segredo pra ninguém que sou um fã incondicional de música e, dentre aqueles que afagam meus ouvidos, Roberto Carlos ocupa posição de destaque, figurando num panteão de grandes nomes mundiais como Elvis, ABBA, Michael Jackson, Bee Gees, Júlio Iglesias e tantos outros. Bem eclético, portanto. Contudo, ele e Elvis tem em comum. Além do enorme talento musical, um pé no cinema. Essa experiência cinematográfica alcançava, na idolatria, também à minha mãezinha. Pois bem.

Ontem, véspera do meu aniversário (nasci em 01/06/1970, mesmo dia em que nasceram Bibi Ferreira e a ex-Governadora do Maranhão Roseana Sarney, dentre tantos outros famosos), me deparei no Canal Brasil com a maratona Roberto Farias (diretor de muitos sucessos Cinematográficos brasileiros), passando a parte final de Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa (gostaria muito de tê-lo revisto) e, por perder esse, me posicionei para assistir aquele que viria em seguida: Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora.

Confesso que me emocionei várias vezes (como se isso fosse muito difícil de acontecer), não pelo filme em si, visto que em muitos momentos reflete a realidade do nosso cinema àquela época (existem passagens em que, por exemplo, o Lalo, personagem do Roberto, está disputando a liderança da corrida contra o piloto Italiano e a imagem corta para uma disputa com o piloto inglês que só ocorreria depois que o carro do italiano quebrasse). Enfim, acabei por dando um spoiler antes de falar sobre o filme.

Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora é um filme de dezembro de 1971 que foi recordista de bilheteria daquele ano. Conta a história de Lalo (Roberto Carlos), um mecânico de automóveis da empresa Ibirapuera veículos que, juntamente com seu chefe de oficina Pedro Navalha (Erasmo Carlos), sonha em ser piloto e vencer uma grande corrida.

A chance acontece quando o dono da concessionária, o ex-piloto Rodolfo Lara (Raul Cortez), inseguro em decorrência de um acidente que sofrera, desiste de participar de uma corrida Internacional que ocorreria em Interlagos, deixando contudo um carro competitivo e pronto, o qual acaba por ser pilotado por Lalo que heroicamente vence a corrida.

O filme conta com boa trilha sonora, mas são os acordes da música “De tanto amor” do Rei Roberto Carlos que faz toda a diferença e se justifica pelo amor platônico que o personagem Lalo nutre pela namorada do seu patrão, a Luciana (Libânia Almeida).

Foi um reencontro com minha infância e adolescência, considerando as várias vezes em que o filme foi reproduzido na sessão da tarde. Ver Roberto e Erasmo tão jovens, aassistir a um filme que foi um estrondoso sucesso e relembrar a minha mãe foi um senhor presente de aniversário. Hoje faço cinquenta e quatro anos. Não comemoro a data porque, há quatro anos, me preparava para fazê-lo aos cinquenta quando sobreveio a pandemia da covid-19 e com ela a internação da minha mãe e no dia 05 de junho de 2020 o seu falecimento. Como todo ano, a partir de então, permaneço em casa, recluso, contudo recebo aqueles amigos queridos que sempre fazem questão de me dar um abraço neste dia.

Se a véspera foi tão feliz, não posso dizer o mesmo do dia. Sempre me lembro de ter falado com a médica da UTI no dia do meu aniversário e pedido a ela que colocasse o telefone ao lado do ouvido da minha mãe para que eu pudesse falar com ela, mesmo sabendo que ela estava em coma induzido. Foi o presente que pedi e que me foi concedido. Disse a ela que naquele dia era o meu aniversário, mas que só comemoraria quando ela saísse do hospital.

Lembro que eu estava na garagem do prédio em que morava saindo com minha família. Disse que quando ela saísse eu iria preparar a comida que ela mais gostava, a qual comeríamos tomando uma cervejinha bem gelada. Foi a última vez que falei com ela.

Saber que ela melhorou significativamente a partir desse momento me alegra até hoje, mas sua partida naquele fatídico dia 05, por um erro médico, jamais será esquecida. Sei que a médica não errou porque quis. Prefiro acreditar que ela foi um instrumento da vontade de Deus. Contudo, essa cicatriz jamais fechará.

Por enquanto, tento seguir em frente, colando os cacos do que restou de mim. Se no filme a música “De tanto amor” reflete o sentimento de um homem por uma mulher, para mim, a estrofe inicial embala a saudade do grande e verdadeiro amor que eu tive

“Ah, eu vim aqui amor só pra me despedir
E as últimas palavras desse nosso amor, você vai ter que ouvir…”.

Hoje receberia a sua ligação me desejando feliz aniversário. Há quatro anos espero o que sei que nunca mais acontecerá. Preciso aceitar a vontade de Deus e seguir em frente. O universo precisa conspirar para que haja um recomeço diferente.

Não sei dizer a razão, mas parece que toda vez que eu programo algo que me faça reencontrar o caminho, que reacenda a chama da alegria de vivenciar um dia primeiro feliz, algo me puxa novamente para o passado e me faz mergulhar em uma profunda tristeza. Coincidência, talvez. Alguma explicação deve haver. Enquanto não alcanço a resposta, sigo com a única certeza que me resta: te amarei eternamente minha mãezinha querida.

Hoje terminarei o dia como ontem: somente Roberto Carlos e eu. Ou será que teremos mais alguém que nos faça sentir alegria em estar vivo? Esperemos…

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Ayrton Senna do Brasil

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Nove horas da manhã. Esse era o horário do início de um tradicional compromisso domingueiro. O Brasil acordava cedo aos domingos para tomar café e acompanhar a transmissão da Rede Globo do Grande Prêmio de Fórmula 1 na voz marcante de Galvão Bueno, comentários de Reginaldo Leme e reportagens de Roberto Cabrini. Era a época de ouro do automobilismo mundial e a principal categoria do esporte tinha a participação verdadeiros ícones como Nelson Piquet, Alain Prost, Nigel Mansell, Damon Hill, Michael Schumacher, Christian Fittipaldi, Rubens Barrichello, e tantos outros. Contudo, entre 1988 e 1994, o grande nome a ser batido era do Tricampeão Mundial Ayrton Senna da Silva, o Ayrton Senna do Brasil.

Ele era a imagem do Brasil vencedor. Mostrava ao Mundo que o nosso País não vivia somente das memórias de um passado glorioso do futebol de Pelé e Garrincha ou da beleza de jogar com arte da seleção de 1982; do box de Éder Jofre, do Tênis de Maria Ester Bueno ou do atletismo de Ademar Ferreira da Silva. No panteão dos maiores, sua estrela brilhava tendo como moldura uma bandeira verde e amarela tremulante ao som do tema da vitória.

Quanto orgulho tínhamos de suas vitórias e do seu patriotismo. Fazia questão de mostrar ao mundo que a vitória tinha nome e origem. O nome era Silva como tantos brasileiros trabalhadores que sustentam essa grande Nação. Origem neste País de dimensões continentais cuja bandeira ele fazia questão de empunhar a cada vitória conquistada.

O Brasil passou a ter destaque mundial no automobilismo com Emerson Fittipaldi, o qual levou o seu brilhantismo ainda para a Fórmula Indy Americana, tendo ganho, dentre tantas corridas, as 500 milhas de indianapolis, sendo seguido por Hélio Castro Neves, Tony Canaã e André Ribeiro. Tivemos ainda o Tricampeão Emerson Piquet, Cristian Fitipaldi, Rubens Barrichello e Felipe Massa, além de muitos outros pilotos que também competiram em alto nível. Contudo, ele era diferente. Desde muito jovem despontou como uma grande promessa e não por acaso vinha sendo observado pelas grandes escuderias. Na Fórmula 1 começou em uma equipe pequena, a Toleman-Hart, seguindo de lá para a Lotus, onde ganhou sua primeira corrida, McLaren, onde conquistou os campeonatos mundiais de 1988, 1991 e 1993 e Williams, onde encerrou sua brilhante carreira falecendo em um acidente durante o GP de Ímola, na Itália, ao bater no muro de proteção da curva tamburello.

O brilhantismo de suas vitórias no carro vermelho e branco da McLaren não puderam conter seu desejo de pilotar o melhor carro até então produzido: a Williams com suspensão ativa ou inteligente conduzida em 1992 por Nigel Mansel. O melhor piloto merecia o melhor carro e por isso ele foi pilotar para essa emblemática escuderia. Costuma dizer que o som mais bonito vinha de um motor Ferrari, mas que o melhor carro era Williams. A suspensão futurista, diferencial do carro foi proibida para 1993. Recebeu um carro ruim, com cockpit pequeno que ensejou uma adaptação da barra de direção, problemas com pneus e ainda tinha que lutar contra a Benetton de Schumacher que vinha burlando o regulamento. Naquele final de semana, não era para Ayrton ter falecido. Na verdade, sequer era para a corrida ter acontecido. Nos treinos de sexta-feira Rubinho Barrichello havia sofrido uma gravíssima batida que poderia ter-lhe ceifado a vida. Sobreviveu. No sábado, um acidente horrível pois fim à vida de Roland Ratzemberger. Ele morreu na pista, consoante vários depoimentos, mas foi divulgado que teria ido a óbito no hospital, vez que se ficasse comprovado o falecimento na pista não poderia ter a corrida no domingo consoante as leis italianas. Senna morreu no dia seguinte, 1 de maio de 1994, trinta anos atrás. Dia do trabalho no Brasil. Como bom trabalhador, ele foi para a pista exercer a sua função e nunca mais retornou. Os detalhes do ocorrido são contados por Roberto Cabrini em várias matérias encontradas no YouTube. Disponibilizo uma delas para quem se interessar. Contudo, a mais completa está no Repórter Record do último domingo, apresentado pelo mesmo jornalista, testemunha ocular da história.

Como os grandes heróis da mitologia, Ayrton Senna da Silva entrou para o plano dos inesquecíveis. Nunca envelhecerá. Em nossa mente a imagem do jovem vigoroso e vencedor que, mesmo partindo aos trinta e quatro anos, ainda hoje é considerado pelos especialistas o maior e melhor piloto de todos os tempos. Não foi o mais vencedor, vez que o imponderável abreviou sua brilhante carreira, entretanto nenhum outro foi, é ou será mais emblemático que ele. Em um mundo desigual, ele colocava todos no mesmo patamar. Todos eram torcedores do inigualável piloto.

Ele deixou a vida para se tornar uma lenda, um mito, um ídolo inesquecível. Nosso eterno campeão. Você sempre será a expressão maior da velocidade e nossos domingos sempre se revestirão de inafastável saudade.

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