E viva o povo Libanês

Foi com grande satisfação que fiquei sabendo, através do meu amigo Wissam Maalouf, que foi aprovado projeto de lei de iniciativa do Deputado Eduardo Braide criando no calendário oficial do Estado o dia dos Libaneses, o qual será festejado em 22 de novembro, dia em que o Líbano se tornou independente da França. Espera-se que seja sancionado.

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Para quem não sabe, a comunidade libanesa no Maranhão é a terceira mais numerosa, perdendo apenas para os descendentes de portugueses e para os afrodescendentes.

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Com efeito, segundo levantamento feito por vários historiadores, em que pese não se tenha uma data exata que marque o inicio da imigração libanesa para o Maranhão, registros apontam que o inicio teria se dado por volta de 1880, posterior a uma viagem de Dom Pedro II pela Europa e mundo Árabe, tendo ele difundido a idéia de receber imigrantes para ocuparem o espaço deixado pela mão de obra escrava recem abolida do nosso País. Não por acaso, os primeiros imigrantes sirios e Libaneses se estabeleceram inicialmente em São Paulo e nos demais Estados que possuíam dependência de mão de obra em grande quantidade. Assim, estabeleceram-se no Maranhão na capital e nos grandes centros rurais, como Caxias, Codó, Itapecuru, Rosário e etc.

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Devido a sua grande habilidade para o comércio (convém relembrar que os Libaneses são o antigo povo Fenício), mesmo sem dominar o idioma nacional, passaram a comercializar produtos que trouxeram consigo e assim a amealhar capital. Com o tempo, cresceram tanto na atividade e em número de imigrantes que passaram a incomodar os grandes comerciantes locais, muitos dos quais de origem portuguesa. É dessa época o apelido depreciativo que lhes foi dado – carcamano -, também atribuído aos italianos, sendo aquele que carca a mão na balança para ganhar no peso. Hehehe. Logicamente que eles detestavam a alcunha.

Dos casamentos em familia passaram a se relacionar com as nativas e dos matrimônios dai resultantes passaram de imigrantes a locais. Investiram no comércio tanto quanto na educação dos filhos, o que resultou em profissionais de sucesso. Esse investimento resultou em membros valorosos da nossa sociedade. Vários se tornaram políticos e chegaram, inclusive, a governar o Estado. Outros se tornaram parlamentares, médicos, advogados, juízes, desembargadores, etc, além, claro, de grandes comerciantes e chefes de cozinha  (como é saborosa a gastronomia Libanesa).

O Maranhão deve muito à comunidade libanesas. Meu muito obrigado aos Murad, Fecury, Braide, Mubarack , Maalouf, Sadick, Nahuz, Saback, Boabaid, Elouf, Sauaia, Bayma, Choairy, Sekeff, Saif, Boueres, Mettre, Cassas, Haickel, Aboud, Assad, Boahid, Askar, Dino, Buzar, Tanus, Abdalla, Francis, Boaid, Facury, Simão, Marão, Damous, Nicolau, Salomão, Jereissate, Nesrallah, Feres, Felix, Gedeon, Sessim, Trovão (Raad), Naufel, Darwiche (Araújo), Salem, Kubrusly, Rahbani, Said, Moucherek, Tajra, Millet, Trabulsi, Hachem, Ayoub, Duailibe, Saads, Bandeira, Assub, Youseef, Wassouf, Fiquene, Jorge, Béliche, e tantos outros. Seria muito bom e importante se estas famílias se reunissem para criar o museu da imigração Sirio-Libanesa. Essa trajetória não pode ser esquecida.

E viva os Libaneses do Maranhão.

12 comentários em “E viva o povo Libanês”

  1. Roselane Murad Col Debella

    Sou neta de libanês . Fiquei contente pelas palavras sobre os libaneses. Realmente eles fizeram engrandecer nossa história . Meu amigo Wissam Maluf é admirado, muito querido e honra a sua geração . Parabéns pela lembrança , uma justa homenagem .

  2. Que bela iniciativa ! Parabéns ao jovem Wissam e ao deputado Eduardo Braide
    Quanto ao Museu que cuidem rápido antes que as memórias de percam

  3. Esdras Duailibe Barros

    É uma iniciativa louvável! Pois os imigrantes libaneses contribuiram muito com o desenvolvimento do Maranhão. Parabéns pelo trabalho.Es

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