Um quarto que valeu um inteiro

Ninguém desconhece a minha condição de rubro-negro. Sou torcedor do Flamengo, Vitória, Sport, Flamengo do Piauí e Moto Clube. Quando muito, de outra cor, me permito torcer para o Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio, mas no que se refere ao meu Estado natal torço para o seu representante em competições nacionais, mas se este for a piaba colorida sequer pronuncio seu nome. Definitivamente não cairia bem.

O certo é que já tem algumas semanas que acompanho a participação do time local no campeonato brasileiro de basquete feminino organizado pela Liga Nacional de Basquete. Vibrei como um bom maranhense, mas não sei deixar de lado o olhar crítico de quem já jogou basquete algum dia. Tá certo que não fui nenhum craque, mas para opinar não é preciso ter sido.

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Observei, sem grande esforço, que o time trabalha nas ações diretas da Brihana Jackon, a BJ, da Tati e da Vitória, cabendo às pivos que se revezam a responsabilidade pela excelente defesa e trabalho no garrafão. No papel tudo ótimo, mas na prática hoje não deu certo e na minha opinião o responsável direto foi o nosso treinador Virgil. Vou explicar porque penso assim.

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Nas últimas partidas tinha ficado claro que o time sofre apagões momentâneos e que o treinador não sabe reverter o problema com brevidade. O time sangrava até quando acordava para a realidade. Ontem não foi diferente, a não ser por um fator determinante: enquanto nos demais jogos elas abordavam naturalmente a situação a ponto de reverter o placar, ontem não foi assim. O primeiro e o segundo quarto do jogo das nossas meninas foi brilhante (a partida é dividida em quatro quartos de tempo), chegando mesmo a estar 12 (doze) pontos à frente no placar. Até então sempre que a equipe paulista esboçava uma reação o nosso treinador pedia tempo e corrigia a equipe, o que extraiu de mim rasgados elogios. Contudo, no terceiro quarto o leite desandou. Elas tiveram um apagão tamanho que chegou à comissão técnica. O Virgil só pediu tempo quando as adversárias empataram o jogo e aí, meus caros, foi tarde demais. A apatia era visível ao ponto de observarmos lances dignos do inacreditável, como por exemplo retomar a bola na defesa e devolver de graça nas mãos da oponente gerando em seguida ponto para as paulistas.

Com uma defesa individual pressionando a saída de bola, as meninas do Campinas sufocaram as integrantes do representante maranhense que, mesmo impulsionado pela enorme torcida que compareceu em peso lotando o Ginásio Castelinho, demonstrava não saber o que fazer, enquanto o técnico se mantinha agachado, sem postura de líder e sem uma orientação básica que até em pelada sai com naturalidade: gira a bola rápido para deixar a craque livre para resolver com arremeços de três pontos. Faltando menos de 5 (cinco) minutos para acabar o jogo estávamos trabalhando a bola para esgotar o tempo de posse como se estivéssemos vencendo, quando na verdade perdíamos por 9 (nove) pontos. Uma pena. Foi uma noite frustrante para os mais de cinco mil maranhenses que estiveram no Ginásio. O pior é que agora a quinta partida da final será em São Paulo, longe da calorosa e vibrante torcida boliviana.

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Com certeza alguém molhou os membros inferiores na chuvosa noite de ontem e levou seu pé frio para o Ginásio. Me compre mais um bode, senhor técnico. Afinal, sua falta de comando no terceiro quarto nos valeu o jogo inteiro e agachado no 4 (quarto) quarto só demonstrou pra equipe que havia jogado a toalha e desistido do jogo. Postura de vencedor, no esporte, é meio gol como se diz na gíria do futebol.

Que o caneco venha de São Paulo, já que não foi possível liquidar a fatura por aqui. Pra finalizar, gostaria de dizer pra torcida da piaba colorida que “vamos virar paioooo” é o canto da cozinheira quando está trabalhando. Afinal, paio é ingrediente de feijoada. Hehehe.

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