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Homenagem

TRINTA ANOS DE FORMADO

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Ao longo de uma vida, sempre tive a percepção clara de que não escolhi fazer direito. O direito me escolheu. Acredito que tenha ocorrido a mesma coisa com os companheiros que, comigo, trinta anos atrás, concluíram o Curso de Direito na Universidade Federal do Maranhão. Sim, em 12 de novembro de 1993, colamos grau como Bacharéis em Direito.

O dia ensolarado de hoje me remeteu a todos aqueles que antecederam a essa data memorável e inesquecível. Não foi somente a preocupação com a monografia de encerramento do curso. Para mim, além disso, havia a responsabilidade de dividir com Adriana Assis, Dudu Fonseca, Marcelo Yuri e Antonio Nunes, as tarefas de organização da festa de formatura. Além de tudo isso, para mim ainda restava a obrigação de bem representar os meus colegas na condição de Orador da Turma. Assim, indiscutível que foram dias atribulados, mas quem poderia querer que fosse diferente?

Deu tudo certo.

Tivemos as monografias aprovadas, a Comissão de Formatura deu conta de suas atribuições organizando uma festa incomparável e eu, em meio a tudo aquilo, consegui escrever, sob a imprescindível orientação do Professor José Maria de Jesus e Silva, um discurso que marcou época e que abriu as portas para a minha caminhada.

Nossa missa de formatura foi realizada na Igreja dos Remédios, em frente à Praça Gonçalves Dias que tem vista para a baia de São Marcos, e foi celebrada pelo Padre Paulo Sampaio, um ícone para a época. Nossa colação de grau foi no Convento das Mercês, prédio centenário do nosso centro histórico e acolhe a Fundação da Memória Republicana Brasileira. Nosso Baile do Rubi foi no antigo Clube Jaguarema, o mais bonito da nossa cidade, sendo animado pela melhor banda da época, a vôo livre. Nossa aula da saudade foi na nossa casa por cinco anos, o Pimentão, prédio que abrigava o nosso curso.

Volto os olhos para o passado e nos vejo tão jovens, cheios de esperança em vencer numa profissão tão importante para uma sociedade. Na aula da saudade afirmamos o compromisso de trabalhar com todo o afinco para ajudar a construir dias melhores, fosse através do nosso correto exercício profissional, fosse retornando à Academia na condição de professores.
Creio que estamos nos conduzindo dentro das diretrizes traçadas.

Encerrei o nosso discurso de formatura dizendo: meus queridos colegas, a porta está aberta, sejamos dignos de entrar. O tempo mostrou que éramos dignos. Nós tornamos grandes profissionais, reconhecidos por nossa classe, aqui e alhures. Alguns de nós se tornaram referência estadual em suas áreas de atuação e outros até mesmo nacional.

Pode parecer preciosismo, mas em uma turma que deu ao nosso Estado dois excelentes Juízes Federais, um Juiz no Distrito Federal, vários Promotores de Justiça, vários servidores da Justiça Federal e Estadual, de especializadas como a Justiça do Trabalho, Delegados de Polícia, advogados, etc, só podemos dizer que atingimos nosso objetivo. Hoje dentre nós temos colega candidato a Ministro e outros tantos em condições de concorrer a Desembargador. Sem dúvida, uma turma singular.

Quanto a mim, posso dizer que nesses trinta anos me tornei um esforçado operador do direito. Advogado por convicção, Desembargador Eleitoral por obrigação em contribuir com uma Justiça Eleitoral célere em nosso Estado por quatro anos, tendo me tornado o membro com maior produtividade na históriado TRE/MA, formador de vários advogados que tive a honra de orientar enquanto estagiários, professor universitário há cinco anos, membro do Colégio Permanente de Juristas Eleitoralistas do Brasil-COPEJE, membro consultor da Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da OAB, Membro da Comissão de Advocacia Eleitoral do Conselho Seccional da OAB Maranhão, Presidente da Comissão de Transparência e Combate à Corrupção da OAB Maranhão e Vice-Presidente do Observatório do Poder Judiciário da OAB-MA. Sou parecerista e consultor jurídico, tendo assessorado, ao longo dos anos, mais de sessenta municípios dentre os 217 que compõem o nosso Estado. Blogueiro nas horas vagas. Fui indicado para ocupar cargos federais e estaduais, concorri por duas vezes a Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão pelo quinto constitucional, mas infelizmente não obtive êxito, sendo preterido pelos meus pares. Na última vez que concorri, fui traído por quem amava e admirava, tudo para atender a um projeto político que, mais tarde, viria a ser atingido. Paciência. Certamente não era o meu destino.

Hoje, continuo tentando viver e compreender o processo. Conheço o meu propósito. Sei que Deus reservou para mim a missão de ensinar e servir de inspiração para gerações futuras. Não tenho tudo o que quero, não ganho o que acho que valho, mas alcancei um destaque maior do que um dia sonhei.

Tenho o meu espaço.

O que penso e digo repercute positivamente na sociedade e até mesmo aqueles que, algum dia, por questões políticas, me causaram mal, hoje compreendem que não foram justos comigo. Continuo tentando fazer o bem, sem olhar a quem.

A minha contribuição à Justiça Eleitoral do Maranhão jamais poderá ser apagada. Afinal, um Julgador que julga 1229 processos em 4 anos (mais de 350 processos que o segundo que mais julgou) e que somente 1 é revisto pelo Tribunal Superior não pode ter prestado um trabalho ruim, sem contar os votos vista e os acórdãos lavrados em decorrênciade votos vista ou divergência vitoriosos. Tenho mais de cinquenta verbetes de julgados de minha relatoria nos repertórios de jurisprudência espalhados pelo Brasil. Criei teses jurídicas que impactaram o direito no nosso País, como a nao incidência da Lei Complementar 135/2010, a Lei de Ficha Limpa, nas eleições de 2010. Fui o defensor, no Maranhão, de que a competência para julgar Prefeitos era das Câmaras e não dos Tribunais de Contas. Fui o primeiro advogado a absolver, no Tribunal do Juri, um acusado de matar um dos meninos emasculados do Maranhão, etc, etc, etc. Dei a minha contribuição.

Hoje, aos cinquenta e três anos de idade, fazendo trinta anos de formado, penso que a minha jornada ainda está longe de acabar. Ainda tenho muito a produzir e a contribuir com o meu Estado e o meu País.

Tenho, contudo, uma única certeza: se, algum dia, por qualquer motivo, alguém tiver que pesquisar a minha vida, o que fiz e o que vivi, ficarei feliz que destaque que vivi em uma época de grandes homens e mulheres. Vivi, tendo na minha área, como professores ainda na fase escolar, Ney de Barros Belo Filho e Flávio Dino de Castro e Costa. Na Universidade, José Cláudio Pavão Santana, Vinicius de Berredo Martins, José Antônio Figueiredo de Almeida e Silva, Pedro Leonel Pinto de Carvalho, Maria Eugênia, Washington Rio Branco, Leomar Amorim, Cândido Oliveira, dentre tantos outros. Na Pós-graduação, Jorge Amaury Maia Nunes. Convivi com Desembargadores como Antônio Bayma Araujo, Jorge Rachid, Antônio Pacheco Guerreiro Junior, Nelma Sarney, Marcelo de Carvalho Silva, dentre tantos outros. Convivi com os irmãos Desembargadores Almeida e Silva e Orville de Almeida e Silva. Com Elimar Figueiredo de Almeida e Silva como Procuradora Geral de Justiça. Trabalhei com educadores do quilate de José Maria Cabral Marques. Me relaciono com o ex-Presidente da República José Sarney, como o Ex-Senador e Ministro Edison Lobão e com uma infinidade de outros políticos de referência, ontem ou hoje, do nosso País. Tenho relações com incontáveis Juristas de renome nacional.

No Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão  tive a honra de integrar bancada com os Desembargadores Nelma Sarney,  José Joaquim, José Jorge, Raimundo Cutrim, Raimundo Barros, Froz Sobrinho,  José Bernardo,  dentre muitos. Convivi com os Juizes Federais Veloso, Magno Linhares, Clodomir Reis e tantos mais. Mas, acima de tudo, espero que registre que estudei e convivi com Ivo Anselmo Höhn Junior, Lino Osvaldo Serra Sousa Segundo, Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, Adriana Silveira de Assis (a minha querida gordinha), Eduardo Fonseca (Dudu), Marcelo Yuri, Rui Lopes, Betinha, Meyrinha, Elida Ricci, Geórgia Rita de Carvalho Gaspar, Gabriela Brandão da Costa, Nadja, Norimar (a Nono) Lindonjonson (o Dom Jonson), Ilana Boueres, Glauco (o velho lobo do Mar), Silvana Euzinha, Luís Aroso (in memoriam) e tantos outros. Que se registre que fui muito feliz ao lado de todos eles.

Não sei quanto tempo o destino ainda me permitirá registrar esses tempo tão especial. Para aqueles que hoje podem ter acesso a essas informações digo: que lhes sirva de exemplo. Em uma época em que somente 35 eram aprovados no matutino e outros 35 no noturno, perfazendo 70 no primeiro semestre e 70 no segundo semestre, dedicar-se a um propósito representava a concretização de uma existência e a mudança de uma realidade social.

Que possamos estar juntos por pelo menos mais trinta anos, relembrando nossas trajetórias de sucesso. Parabéns a todos por essa data tão significativa para todos nós.

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Reggae Roots, de ontem e hoje

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Das lembranças da minha infância, uma que sempre me foi muito presente foi ver, aos sábados e domingos, meu pai atravessar a Rua Amadeu Amaral, no Bairro do Ipase em São Luís (MA) e se sentar do lado oposto da calçada da nossa casa para pegar (sentir) um vento, jogar damas conosco ou ouvir as transmissões do seu rádio transglobe, modelo igual a esse que ilustra este texto. Esse tipo de rádio mudou a realidade de São Luís e deu a ela o epíteto de Jamaica Brasileira.

Foi através das ondas sonoras do rádio que os ludovicenses (como são conhecidas as pessoa nascida em São Luís do Maranhão), tiveram os primeiros contatos com uma música melodiosa oriunda do Caribe conhecida mundialmente como reggae.

A música jamaicana dominou o mundo sob os acordes da banda The Wailers e do vocal inigualável de Bob Marley.

A ele se seguiram os sucessos de Jimmy Cliff e Petter Tosh. Juntos eles formam a tríade dos gênios do reggae.

Muitos grandes nomes vieram depois deles, mas a marca indelével da sua obra embala até hoje os bailes mundo afora e por aqui não é diferente. A cada camisa vendida, estampada de verde e amarelo, contendo a foto de cada um deles  se reafirma o gosto pela música que eles semearam e que deu tantos frutos. A cada melô de sucesso (terminologia adotada para as músicas), elas são reproduzidas nas grandes radiolas (equipamentos de reprodução de música) espalhadas Estado do Maranhão a fora ou nas pequenas unidades reprodutoras, como os rádios de pilha, ou CDs, DVD, MP3 ou qualquer outra forma de disseminação moderna da sonoridade, embalando as emoções e os corpos que, por essas bandas, dançam agarradinhos numa explosão de puro sentimento.

Cresci ouvindo a tríade. Depois deles Erick Donaldson, Dona Marie, e tantos outros.
Por essas bandas, indiscutível o sucesso e a precedência da Tribo de Jah, seja com músicas autorais, seja em grandes versões como “Uma onda que passou”. Eles são divisores de águas nesse seguimento e são, sem nenhuma sombra de dúvidas, a maior e mais expressiva banda do roots reggae nacional.

 

A cena regueira chamava a atenção do Brasil. Daqui também saíram Mano Bantu, Banda Guetus e Mystical Roots (tinha meu primo Junior Echoes e Luciana Simões entre os vocais), cujos shows lotavam todos os locais em que se apresentavam e que teve oportunidade de se apresentar em uma cena da novela “Da cor do Pecado” da Rede Globo.

 

Diria eu que era o reggae universitário da época, fazendo uma analogia com o sertanejo e o forró universitário.

Hoje, meu ex-aluno Mister Kleber (sim, do reggae também saem profissionais do direito), João Baydoun, filho de Fauzi da Tribo de Jah e a Banda Radio98 que tem nos vocais meu primo Rafael e nos teclados o incrível Marcelo Rebelo comandam o cenário do reggae em São Luís e região. Suas performances não deixam nada a dever aos grandes momentos do passado e sinalizam para a perenização desse swing caribenho que conquista a todos quantos com ele mantém contato.

Dos nossos clubes de reggae tão bem retratados na música regueiros guerreiros da Tribo de Jah ao Bar do Nelson e tantos outros, as raízes regueiras adquiridas pelas onda do rádio transglobe se mantém firmes, multiplicando adeptos e seguidores.

Espero que, algum dia, a Mystical Roots possa se reunir outra vez para uma série de shows ao estilo revival ou até mesmo com músicas novas. Sua vibe está fazendo falta neste novo cenário musical que se apresenta. Acho que eles ainda não pararam pra observar o quanto contemporânea é a música que produziram alhures.

Para essa imensa massa regueira digo: que venham muitas outras pedras de responsa para embalar os corações apaixonados do Maranhão, do Brasil e do Mundo. Com sucessos de ontem e de hoje.

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Maranhão Alfabetizado com Brandão e Camarão

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Por catorze longos anos eu me desloquei do Conjunto Ipase, na Avenida Daniel de La Touche até o Colégio Dom Bosco do Maranhão situado na Rua do Passeio, no Centro de São Luís, capital do estado do Maranhão. Me considero um privilegiado por ter podido estudar nessa conceituada instituição de ensino, fruto do incomensurável esforço dos meus pais em proporcionar a mim e a meus irmãos um ensino de qualidade. Lá fui alfabetizado (no Jardim de Infância Pequeno Polegar), cresci, me tornei atleta, fui referência para os mais novos, fiz amigos para uma vida e que me acompanham até hoje. Me preparei para o vestibular e graças a tudo isso me tornei a pessoa e o profissional que sou hoje.

Toda a oportunidade que tive de estudar, contudo, não me afastou das minhas origens. Filho de um homem do interior do Estado que venceu em decorrência de sua dedicação aos estudos, cresci viajando para nossa querida Carema em Santa Rita (MA) e depois para mais de cinquenta municípios do nosso Estado em decorrência da minha profissão: sou Advogado.

Perdi a conta de quantas vezes me perguntei a razão de tanta miséria em um Estado tão rico e abençoado por Deus.

Nunca consegui me conformar com as incontáveis casas de taipa cobertas de palha e com a desigualdade social que assolava o Maranhão. Me via tendo a oportunidade de estudar num bom colégio da capital enquanto meus primos, na sua grande maioria, só vinham estudar na cidade no segundo grau. Sonhava algum dia poder ajudar a mudar essa realidade e cheguei a tentar em 2013 quando me lancei candidato a Deputado Federal. Por uma conjuntura política que se mostrou desfavorável acabei por não me eleger. Entretanto, me mantive firme no propósito de reverter aquela situação e ajudei a fazê-lo conversando com meus clientes políticos, apontando-lhes a importância do povo morar bem, comer bem e estudar bem. Acredito ter obtido êxito, mesmo que toda a limitação das minhas possibilidades.

Nos últimos tempos, tenho acompanhado com muita atenção o surgimento de programas habitacionais e a instituição de políticas voltadas para a alimentação e educação. Se o minha casa/minha vida e o habitar Brasil já melhoraram a habitação de tantos, o PRONAF a produção de alimentos e consequentemente a alimentação de muitos, o Fundef, hoje FUNDEB, EJA (Educação de Jovens e Adultos), PNAE (Programa Nacional de Alimentação do Escolar, PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), Programa de Creches e tantos outros têm mudado a realidade da educação no Brasil. Eles permitem a chegada dos menos favorecidos à Universidade onde o Ensino Superior ocorre nas universidades públicas, IFMAs e ainda nas universidades particulares mediante custeio através do Fies e Prouni. Em muitos lugares, nada ou quase nada disso funciona, mas no Maranhão tem sido diferente. Já tem algum tempo que a política educacional do Estado foi confiada a um jovem e técnico educador, o hoje Vice-Governador do Estado, Felipe Camarão.

Desde 1965, quando o então Governador José Sarney lançou o Programa Educacional João de Barro que prometia uma Sala por dia, um Ginásio por mês e uma Faculdade por ano não se tinha um programa educacional tão exitoso quanto o escola digna e as escolas em tempo integral que se pretende fazer chegar já a 108 municípios. De parabéns o Governador Carlos Brandão pela determinação em educar cada vez mais.

Hoje tomei conhecimento, através de uma entrevista do Vice-Governador e Secretário de Estado da Educação Felipe Camarão à TV Mirante que o Maranhão foi o Estado brasileiro que mais evoluiu na alfabetização de crianças saltando da 24 para a 10 posição no ranking nacional e que é objetivo do Governador erradicar o analfabetismo do nosso Estado. Considerando que o Vice-Governador deverá assumir o comando do Estado por nove meses e depois ser eleito Governador (esta seria a sequência natural dos fatos na hipótese do Governador Carlos Brandão pretender se candidatar à Senador da República em 2026), a perspectiva em atingir a meta é extremamente factível.

Depois de dois meses da minha cirurgia de urgência, me permiti acompanhar meus dois filhos menores a uma lanchonete que a mais de vinte anos faz parte da minha vida. Reis lanches no Olho d’água e Mister Burguer no Barramar fazem os melhores sanduíches da cidade. Não bastasse a qualidade do preparo ainda contam com o melhor pão de sanduíche do Estado, o qual é produzido pela Panificadora Gabi. Hoje fomos ao Reis Lanches. Enquanto aguardávamos a chegada do nosso pedido adentrou o estabelecimento o nosso Vice-Governador Felipe Camarão. Nunca tive proximidade com ele, até mesmo por nunca ter tido a oportunidade de ser apresentado a ele e de conversarmos alguns minutos que fossem sobre o Maranhão. Em dado momento, lhe pedi para bater uma foto com meus filhos e com a equipe do Reis lanches, no que ele prontamente atendeu.

 

Vice-Governador Felipe Camarão ladeado por Sérgio Filho, Sérgio Henrique, Sérgio Muniz e equipe da Reis Lanches

Na foto que ilustra esta singela homenagem se vêm duas crianças que representam os estudantes maranhenses, beneficiários diretos do trabalho dele e do Governador Carlos Brandão – meus filhos Sérgio Henrique e Sérgio Filho -, o Vice-Governador Felipe Camarão, dois membros da equipe da Lanchonete Reis Lanches e eu, de chapéu, um agradecido maranhense que tem visto seu sonho se tornar realidade.

Muitíssimo obrigado pelo relevante trabalho em favor da educação do Maranhão. Desejo sinceramente que a evolução ocorra cada vez mais até alcançar cem por cento do objetivo traçado: um Maranhão alfabetizado, com Brandão e Camarão.

Sou Sérgio Murilo de Paula Barros Muniz, professor especialista livre docente em Direito Processual Civil pela AEUDF de Brasília-DF, hoje Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Direito e Afirmação de Vulneráveis pela Universidade CEUMA, advogado, Membro Titular do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão de 2009 a 2013, Classe dos Juristas. Membro do Colégio Permanente de Juristas Eleitoralistas do Brasil-COPEJE, Membro Consultor da Comissão Especial de Direito Eleitoral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Membro da Comissão de Advocacia Eleitoral da OAB-MA, Vice-Presidente do Observatório do Poder Judiciário da OAB-MA e Presidente da Comissão de Transparência e Combate à Corrupção da OAB/MA.

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Roberto Carlos e eu

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Tem certas coisas que costumo atribuir ao destino ou à obra de Deus. Normalmente acontece quando não consigo encontrar uma explicação lógica para o que vejo ou vivo. Hoje aconteceu uma delas.

Não é segredo pra ninguém que sou um fã incondicional de música e, dentre aqueles que afagam meus ouvidos, Roberto Carlos ocupa posição de destaque, figurando num panteão de grandes nomes mundiais como Elvis, ABBA, Michael Jackson, Bee Gees, Júlio Iglesias e tantos outros. Bem eclético, portanto. Contudo, ele e Elvis tem em comum. Além do enorme talento musical, um pé no cinema. Essa experiência cinematográfica alcançava, na idolatria, também à minha mãezinha. Pois bem.

Ontem, véspera do meu aniversário (nasci em 01/06/1970, mesmo dia em que nasceram Bibi Ferreira e a ex-Governadora do Maranhão Roseana Sarney, dentre tantos outros famosos), me deparei no Canal Brasil com a maratona Roberto Farias (diretor de muitos sucessos Cinematográficos brasileiros), passando a parte final de Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa (gostaria muito de tê-lo revisto) e, por perder esse, me posicionei para assistir aquele que viria em seguida: Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora.

Confesso que me emocionei várias vezes (como se isso fosse muito difícil de acontecer), não pelo filme em si, visto que em muitos momentos reflete a realidade do nosso cinema àquela época (existem passagens em que, por exemplo, o Lalo, personagem do Roberto, está disputando a liderança da corrida contra o piloto Italiano e a imagem corta para uma disputa com o piloto inglês que só ocorreria depois que o carro do italiano quebrasse). Enfim, acabei por dando um spoiler antes de falar sobre o filme.

Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora é um filme de dezembro de 1971 que foi recordista de bilheteria daquele ano. Conta a história de Lalo (Roberto Carlos), um mecânico de automóveis da empresa Ibirapuera veículos que, juntamente com seu chefe de oficina Pedro Navalha (Erasmo Carlos), sonha em ser piloto e vencer uma grande corrida.

A chance acontece quando o dono da concessionária, o ex-piloto Rodolfo Lara (Raul Cortez), inseguro em decorrência de um acidente que sofrera, desiste de participar de uma corrida Internacional que ocorreria em Interlagos, deixando contudo um carro competitivo e pronto, o qual acaba por ser pilotado por Lalo que heroicamente vence a corrida.

O filme conta com boa trilha sonora, mas são os acordes da música “De tanto amor” do Rei Roberto Carlos que faz toda a diferença e se justifica pelo amor platônico que o personagem Lalo nutre pela namorada do seu patrão, a Luciana (Libânia Almeida).

Foi um reencontro com minha infância e adolescência, considerando as várias vezes em que o filme foi reproduzido na sessão da tarde. Ver Roberto e Erasmo tão jovens, aassistir a um filme que foi um estrondoso sucesso e relembrar a minha mãe foi um senhor presente de aniversário. Hoje faço cinquenta e quatro anos. Não comemoro a data porque, há quatro anos, me preparava para fazê-lo aos cinquenta quando sobreveio a pandemia da covid-19 e com ela a internação da minha mãe e no dia 05 de junho de 2020 o seu falecimento. Como todo ano, a partir de então, permaneço em casa, recluso, contudo recebo aqueles amigos queridos que sempre fazem questão de me dar um abraço neste dia.

Se a véspera foi tão feliz, não posso dizer o mesmo do dia. Sempre me lembro de ter falado com a médica da UTI no dia do meu aniversário e pedido a ela que colocasse o telefone ao lado do ouvido da minha mãe para que eu pudesse falar com ela, mesmo sabendo que ela estava em coma induzido. Foi o presente que pedi e que me foi concedido. Disse a ela que naquele dia era o meu aniversário, mas que só comemoraria quando ela saísse do hospital.

Lembro que eu estava na garagem do prédio em que morava saindo com minha família. Disse que quando ela saísse eu iria preparar a comida que ela mais gostava, a qual comeríamos tomando uma cervejinha bem gelada. Foi a última vez que falei com ela.

Saber que ela melhorou significativamente a partir desse momento me alegra até hoje, mas sua partida naquele fatídico dia 05, por um erro médico, jamais será esquecida. Sei que a médica não errou porque quis. Prefiro acreditar que ela foi um instrumento da vontade de Deus. Contudo, essa cicatriz jamais fechará.

Por enquanto, tento seguir em frente, colando os cacos do que restou de mim. Se no filme a música “De tanto amor” reflete o sentimento de um homem por uma mulher, para mim, a estrofe inicial embala a saudade do grande e verdadeiro amor que eu tive

“Ah, eu vim aqui amor só pra me despedir
E as últimas palavras desse nosso amor, você vai ter que ouvir…”.

Hoje receberia a sua ligação me desejando feliz aniversário. Há quatro anos espero o que sei que nunca mais acontecerá. Preciso aceitar a vontade de Deus e seguir em frente. O universo precisa conspirar para que haja um recomeço diferente.

Não sei dizer a razão, mas parece que toda vez que eu programo algo que me faça reencontrar o caminho, que reacenda a chama da alegria de vivenciar um dia primeiro feliz, algo me puxa novamente para o passado e me faz mergulhar em uma profunda tristeza. Coincidência, talvez. Alguma explicação deve haver. Enquanto não alcanço a resposta, sigo com a única certeza que me resta: te amarei eternamente minha mãezinha querida.

Hoje terminarei o dia como ontem: somente Roberto Carlos e eu. Ou será que teremos mais alguém que nos faça sentir alegria em estar vivo? Esperemos…

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